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Carregadores de carros elétricos viram powerbanks gigantes à prova de falta de luz

Carregadores de carros elétricos viram powerbanks gigantes à prova de falta de luz

A maior limitação para a expansão da oferta de carregadores para carros elétricos não é apenas a falta de espaço, mas a capacidade da rede elétrica de suportá-las. Uma nova geração de estações de recarga chega para resolver esse gargalo técnico funcionando como “powerbanks” gigantes, capazes de entregar alta potência mesmo em áreas com infraestrutura precária ou quando falta energia.

A solução, adotada pela Audi na Alemanha e agora trazida ao Brasil pela gigante chinesa Teld, consiste em utilizar bancos de baterias – que podem ser, até, baterias usadas de carros elétricos. O sistema armazena energia da rede ou de painéis solares lentamente e a libera em alta velocidade quando o carro é conectado ao carregador, driblando picos de demanda que poderiam derrubar a rede local.

O “powerbank” de luxo da Audi

Divulgação/Audi

A Audi transformou um passivo ambiental em ativo tecnológico. A marca criou, na Europa, os Audi Charging Hubs, estações públicas que utilizam baterias de íons de lítio retiradas de veículos de teste e protótipos da família e-tron. Essas células, que já não servem para impulsionar os carros, ganham uma segunda vida como armazenamento.

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Na unidade de Nuremberg, visitada por QUATRO RODAS, o sistema é composto por três contêineres chamados PowerCubes. Eles acumulam até 2,45 MWh de energia, permitindo alimentar seis pontos de recarga ultrarrápida simultaneamente. A lógica é: a estação puxa apenas 200 kW da rede elétrica pública (auxiliada por painéis solares), mas entrega até 320 kW para cada carro.

A eficiência do sistema reflete no bolso do consumidor. Na Alemanha, o custo do quilowatt nessa estação é de R$ 1,60, valor equivalente ao de um carregador doméstico. Em redes concorrentes como a Ionity, que dependem diretamente da demanda da rede, o preço pode chegar a R$ 4,40/kW.

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Solução chinesa no Brasil

No Brasil, a Teld Eco Charger — maior fabricante de carregadores da China, com 40% daquele mercado — aposta nessa mesma lógica para contornar a instabilidade da rede elétrica nacional. A empresa iniciou a instalação de hubs em São Paulo e no Rio de Janeiro que utilizam bancos de baterias para garantir a performance prometida.

O funcionamento técnico impressiona pela simplicidade da solução para um problema complexo. A empresa instalou carregadores rápidos mesmo em locais onde a rede elétrica local entrega no máximo 80 kW de potência. Isso é possível graças a um banco de baterias de 100 kWh, que entra em ação assim que o carro é plugado. Somando a rede e as baterias, o carregador entrega até 240 kW ao veículo.

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Na Avenida Faria Lima (SP), a estrutura é ainda mais robusta, com um banco de 250 kWh para suportar a alta demanda da região. Diferente dos postos comuns, toda a infraestrutura pesada (inversores e baterias) fica oculta em áreas reservadas, deixando à vista apenas totens discretos e telas digitais.

Desta forma, mesmo se faltar luz, ainda será possível continuar recarregando os carros elétricos.

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